[RESOURCE] Guia Para Mudanças Subjetivas de GP

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Repu

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Agradecimentos especiais a Band pela tradução e adaptação do guia On Making Subjective GP Changes. Muito obrigado! :heart:

Guia Para Mudanças Subjetivas de GP
Guia original por Ender. Traduzido e adaptado por Band. Aprovado e revisado por Repu.

Olá, tradutores! Se você ainda está aprendendo a corrigir traduções ou apenas tem dificuldade quando se trata de fazer mudanças subjetivas, esse guia é para você! Decidimos traduzi-lo para te ajudar a lidar com mudanças subjetivas e em como fazê-las apropriadamente.
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Índice
  1. Introdução​
  2. O Que São Mudanças Subjetivas?​
  3. Entendendo Mudanças Subjetivas​
  4. Exemplos: O Que Fazer e O Que Evitar​
  5. Considerações Finais​
  6. Agradecimentos​
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I. Introdução

Escrita é tanto ciência como arte. É ciência pois segue regras definidas que governam como a língua deve expressar um pensamento propriamente. A alta padronização da gramática e da sintaxe possibilita que as pessoas entendam umas as outras através da linguagem escrita. É por causa disso que frases fazem sentido para ambos escritor e leitor. Contudo, escrever também é arte, pois cada autor tem seu estilo particular de escrita que o separa de todos os outros. Essa característica amorfa, mas instrumental, é o que iremos explorar nesse guia. É aqui que entra o "Prosa" de "Gramática e Prosa". Esse guia é um compilado de conselhos que mantemos em mente sempre que fazemos uma correção. Esperamos que, ao final desse guia, mudanças subjetivas sejam um componente menos misterioso, mas ainda assim interessante, do processo de GP para quem quer que esteja lendo isso. Porém, apesar dos conselhos aqui dados serem um bom ponto de partida, não há substituto para a experiência, e é apenas praticando que você poderá melhorar suas habilidades a ponto de que fazer (ou não fazer) mudanças subjetivas seja tão fácil quanto, se não tão mecânico quanto, fazer mudanças objetivas.
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II. O Que São Mudanças Subjetivas?

Mudanças subjetivas são encontradas de diversas formas. Porém, são todas distinguíveis de mudanças objetivas pelo fato de não existir uma regra particular ou explícita para decidir se a escrita é melhorada por essa mudança ou não. Fica a critério do aplicador determinar a utilidade daquela mudança. Além disso, pessoas diferentes podem ter opiniões distintas se uma mudança é ou não necessária ou se faz uma melhoria. Em contraste, mudanças objetivas são incontestáveis. Elas seguem regras estritas e opiniões são irrelevantes na sua implementação.

Qual o objetivo de fazer mudanças subjetivas? O mais básico é facilitar a leitura de uma frase. Muitas vezes, a escrita será 100% correta gramaticalmente, mas parece estranha e talvez faça com que o leitor tenha que pausar ou ler a frase novamente. É isso o que queremos evitar. Examine a frase a seguir:

Garchomp é um sweeper poderoso e ele também é uma grande ameaça em OU.
Gramaticalmente, aqui não há problema. Mas você notou que parece ter algo fora de lugar aí? Talvez você tenha precisado parar no meio e depois continuar a ler? Nós poderíamos tornar a frase mais fácil de ler fazendo o seguinte:

Garchomp é um sweeper poderoso e uma grande ameaça em OU.
Apenas por alterar um pouco a estrutura, nós tornamos a frase muito mais agradável de se ler. De novo, ambas as frases estão gramaticalmente corretas, mas a diferença entre as duas é clara como dia e noite.

O que constitui uma mudanças subjetiva? Apesar de não compor um grupo definido, quase todas as mudanças subjetivas podem ser destiladas em mudanças que afetam as seguintes categorias:
  1. Tom​
  2. Dicção​
  3. Estrutura da Frase​
Muitas vezes você verá pessoas usando termos como "fluxo", "voz" e "legibilidade" ao falar de mudanças subjetivas, mas, se olharmos para a nossa lista, vemos que todos eles podem ser descontruídos nesses mesmos componentes. Em outras palavras, eles são essencialmente sinônimos para alguns dos elementos subjetivos da escrita em vez de componentes. Veremos isso mais tarde.

Para sermos eficazes, vamos definir cada uma das categorias acima para que possamos rapidamente perceber se elas mudam ou não quando as editamos.

Tom
Tom é o meio pelo qual a atitude do autor se expressa diante de um objeto durante a escrita. Tom é na maioria das vezes transmitido por como o autor usa adjetivos para descrever tópicos, além de como o autor conecta suas ideias. O jeito mais fácil de visualizar isso é olhar para qualquer seção de "Outras Opções" numa análise. Você frequentemente achará frases como "Breloom pode usar Giga Drain para se curar enquanto dá dano, mas seus outros moves STAB são geralmente mais eficientes". Aqui, vemos que o autor hesita em recomendar Giga Drain para alguém que quer usar Breloom — isso é melhor visto no uso da conjunção "mas", sugerindo que, apesar de haver mérito no move, não é algo que o autor recomenda.

Dicção
"Dicção", no cotidiano, refere-se a como nós pronunciamos palavras. Porém, na literatura, corresponde à nossa escolha de palavras. Palavras, especialmente modificadoras, podem ter um grande impacto em como o leitor interpreta um tópico. Dicção, nesse sentido, é na verdade ligada ao tom, pois muitas vezes pode ditar o tom por si só, mas ela é diferente o suficiente para receber sua própria categoria. Muitas vezes, sinônimos irão transmitir mensagens diferentes apesar de tecnicamente significarem a mesma coisa. Por exemplo, compare as duas frases: "Blissey é uma wall special forte" e "Blissey é uma wall special robusta". Na primeira frase, somos ditos que Blissey é "forte", mas não sabemos em que sentido. Ela pode derrotar outros Pokémon facilmente? É difícil derrotá-la? Ela pode acabar com um Groudon? Não fica claro o que o autor quer dizer. Porém, na segunda frase, a palavra "robusta" é usada em seu lugar, assim elucidando o verdadeiro significado da palavra modificadora. O autor está tentando nos dizer que Blissey é resistente e aguenta ataques poderosos. Graças a essa mudança, o leitor pode compreender melhor a mensagem do autor. Nesse caso em particular, o problema está na especificidade e no alcance, mas isso não acontece em todas as mudanças que envolvem dicção.

Estrutura da Frase
A estrutura da frase se refere à ordem de palavras ou falas numa frase. Talvez ela seja a mais mecânica das três categorias, mas inquestionavelmente há um elemento de subjetividade na sua função. Há algumas regras que escritores seguem quando se trata de estrutura da frase e há alguns modelos que são objetivamente errados, mas, muitas vezes, a exata estrutura fica a critério do autor. Algumas vezes é tão simples quanto colocar um advérbio, enquanto outras dependem da posição do sujeito e do objeto. Como editor, você deve determinar se a estrutura da sentença do autor é fácil de seguir ou não e se ela precisa ser modificada ou não.

III. Entendendo Mudanças Subjetivas

Há uma mentalidade muito particular que um revisor consciente deve ter quando procura fazer mudanças subjetivas. Isso começa com um modus operandi particularmente crítico:

Os elementos pessoais do estilo do autor devem ser preservados o máximo possível sem sacrificar a qualidade do texto.
Essa é de longe a regra mais importante a ser seguida ao se fazer mudanças subjetivas. É importante lembrar que, quando você está agindo como um membro da equipe de GP, você está checando o trabalho de outra pessoa, e não o seu. Você não pode adicionar elementos do seu próprio estilo de maneira que a sua personalidade sobrepõe a do autor. Contudo, certamente haverá situações em que você vai precisar fazer mudanças para que o leitor entenda o artigo ou a análise (caso contrário, a gente não precisaria se preocupar com mudanças subjetivas). Nesses casos, há algumas regras que você pode seguir para preservar ao máximo o estilo do autor sem involuntariamente torná-lo o seu.

1. Não Mexa no Tom
Se as suas mudanças alteram o tom do autor, você provavelmente não deveria estar fazendo essa mudança. Tom é algo que se mantém relativamente consistente ao longo de uma análise ou de um artigo, sendo algo altamente pessoal, especialmente em artigos. Você quer que a atitude ou a opinião do autor não mude conforme você for editando, então se você ler novamente as mudanças feitas e perceber que o autor agora está implicando algo diferente, pense cuidadosamente sobre as mudanças que esteja fazendo. Lembre-se, o tom é controlado por ambas a dicção e a estrutura da frase, portanto, volte para as mudanças individuais feitas anteriormente e determine qual delas (ou se a combinação delas) afetou o tom.

2. Mude a Dicção ou a Estrutura da Frase, Mas Não Ambas
Em quase qualquer cenário, uma frase ruinzinha pode ser melhorada ao trocar a dicção OU a estrutura da frase, e não ambas. Ao deixar uma delas intacta, você preserva o estilo original do autor o máximo possível. Elementos estéticos são representados principalmente por esses dois aspectos, então, se você manter um deles, a voz do autor ainda será perceptível.

3. Não Faça Mudanças Desnecessárias
Muitas vezes, amcheckers tentam mudar algo que não é necessário, o que resulta na perda desnecessária da voz do autor. Essa é uma armadilha fácil de se cair, especialmente se você for um amchecker iniciante. Mas eu prometo que mudanças desnecessárias são bem fáceis de se identificar quando se tem um revisor experiente corrigindo o seu amcheck. O jeito mais fácil de evitar essa armadilha é perguntar para si mesmo se o que você está lendo parece ok. Se sim, provavelmente é porque parece mesmo. É quase sempre melhor fazer menos mudanças e deixar partes um pouco questionáveis em vez de fazer mais mudanças e arriscar perder partes do estilo do autor sem necessidade.

4. Peça Por Uma Segunda Opinião
No mundo de GP, nunca é vergonhoso pedir pela opinião de alguém — na verdade, nós te encorajamos a fazê-lo! Lembre-se que pelo fato dessas mudanças serem subjetivas elas são vistas de maneira diferente por pessoas distintas. Se você não tem certeza se a mudança que você quer fazer é muito grande, peça a opinião de alguém novo. Essa é uma das maneiras mais simples de perceber se as suas mudanças são necessárias ou supérfluas.

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IV. Exemplos: O Que Fazer e O Que Evitar

Aqui estão alguns dos exemplos mais comuns de mudanças subjetivas. Obviamente, essa lista não é para ser exaustiva, e sim uma bússola para guiá-lo entre mudanças subjetivas boas e ruins.

1. A "Mudança Lateral"

Original: Cinderace combina bem com Magearna em OU.
Editado: Cinderace forma um bom par com Magearna em OU.
Aqui temos um exemplo do que eu gosto de chamar de "mudança lateral", uma mudança que não torna a frase melhor ou pior, mas simplesmente diferente. Pode-se debater entre qual das versões é "melhor", mas não há uma escolha única. Essa é uma mudança em dicção, mas que não oferece nenhuma vantagem para o leitor no lugar do original. Lembre-se, quando estiver em dúvida, o autor sempre vence. Resultado: mantemos o original.

2. Transições Realocadas

Original: Abra, contudo, não é tão poderoso quanto sua forma evoluída, Alakazam.
Editado: Contudo, Abra não é tão poderoso quanto sua forma evoluída, Alakazam.​

Muitos amcheckers gostam de mover palavras como "contudo" e "porém" na frase para que se adequem às suas preferências. Já vi mudanças assim terem ambos os efeitos (tanto o original para o editado e vice-versa). Nenhuma é realmente "melhor", portanto, deve ser deixado a critério do autor. Porém, em alguns casos, a mudança deve ser feita, o mais comum sendo quando o autor usa "contudo" um número excessivo de vezes num mesmo parágrafo. Nesse caso, a opção mais apropriada seria ou mudar a dicção (transformar alguns "contudo" em "porém" ou algo do tipo) ou, se possível, juntar todos os "contudo" num só grupo. Resultado: mudar apenas se for absolutamente necessário considerando o contexto.

3. Combinar Frases

Original: Geodude, graças a Sturdy, pode sobreviver a qualquer ataque com facilidade. Isso, combinado às suas resistências a ataques Flying- e Normal-type comuns, faz dele um poderoso tank.
Editado: Graças a Sturdy e sua resistência a ataques Flying- e Normal-type comuns, Geodude é um tank poderoso que pode sobreviver a qualquer ataque com facilidade.

Escritores às vezes deixam frases desconectadas quando estão escrevendo rascunhos, o que pode dificultar que o leitor siga os pensamentos do autor ou faz a escrita desnecessariamente longa. Isso pode ser geralmente consertado ao combinar ambas as ideias num só pensamento ininterrupto. Note que, neste caso, estamos apenas mudando a estrutura da frase e deixamos a dicção intacta. Portanto, temos um exemplo que deixa o estilo e a voz do autor intactos ao máximo ao mesmo tempo que melhora a legibilidade. Resultado: a versão editada é uma clara melhora.

V. Considerações Finais


Novamente, o que vimos aqui não chega nem perto de cobrir todas as situações futuras em que você deverá fazer uma decisão se tratando de uma mudança subjetiva, mas espero que você possa construir um paradigma para lidar com elas mais efetivamente depois de examinarmos os exemplos anteriores. Lembre-se que o estilo do autor vem antes do seu e tome muito cuidado ao fazer mudanças que podem alterar a voz do autor original.

E agora, o que fazer? Pratique! Praticar é sem dúvidas a maneira mais eficiente de afiar sua habilidade de julgar mudanças subjetivas. Todo revisor bem-sucedido deve saber como lidar com mudanças subjetivas de maneira apropriada, portanto, quanto mais você praticar, mais afiado você será.

Obrigado por tirar um tempo para ler este guia. Estamos sempre abertos para feedbacks e adendos, então se houver qualquer dúvida não hesite em chamar a equipe de GP em nosso Discord!
 
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